Método contraceptivo: Como escolher o seu?
Como escolher qual método contraceptivo devo usar? Essa é uma dúvida muito comum entre mulheres de todas as idades!
Como Ginecologista, meu papel é te ajudar nessa escolha!
A Dra. Isabela Cunha
A Dra. Isabela Cunha possui residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital Central do Exército. Além disso, possui diversos cursos em Ultrassonografia Ginecológica e Obstétrica, oferecendo a praticidade de realizar seus exames já durante a consulta!
Para agendar uma consulta com uma G.O. (gineco/obstetra) é importante saber quais são as opiniões de outros pacientes que já consultaram com a médica.
A Dra. Isabela é muito bem avaliada pelo Doctoralia e Google, possuindo diversas avaliações 5 estrelas.
Qual o melhor método contraceptivo?
Vamos entender alguns pontos antes de falar sobre cada um!
- Não existe nenhum método 100% eficaz! Todos tem a sua taxa de falha, inclusive a ligadura de trompas ou a vasectomia! E muitos deles dependem do correto uso pela paciente ou parceiro.
- A única forma de ter certeza que não vai engravidar, é não tendo relação sexual!!!
- Existem métodos com eficácia muito alta, chegando bem próximo dos 100%.
- Não existe um método que seja o melhor para todas as mulheres! Cada uma é única, com a sua história, estilo de vida e desejo!
- Dessa forma, a escolha do seu método contraceptivo deve ser individualizada, e eu como ginecologista, estou aqui para te ajudar nessa questão!!
Como saber qual devo escolher?
O primeiro passo é estar bem informada! Não tem como saber qual é o melhor para você se você não possui o conhecimento sobre cada um!
Nesse momento é muito importante o acompanhamento com a sua ginecologista!
Nós estamos aqui para tirar as dúvidas sobre os métodos que você conhece e te apresentar os que você ainda nem ouviu falar!
Essa escolha será sempre sua, mas com a ajuda de alguém que conhece melhor as opções, ela será bem mais fácil e acertada!
Então vamos conhecer as opções atualmente disponíveis!!!
Preservativo: Camisinha feminina e masculina
Mais conhecido como camisinha, o preservativo é um dos métodos mais populares, existindo os masculinos e os femininos.
Eles são recomendados para a proteção durante a relação sexual com penetração vaginal, oral e anal.
Além de disponíveis pelo SUS, são baratos e facilmente encontrados em farmácias, supermercados e lojas de conveniência.
Os preservativos femininos não são tão conhecidos e usados como os masculinos. Eles podem ser colocados dentro da vagina até 8 horas antes das relações sexuais, diferente dos masculinos, que são colocados imediatamente antes da relação, quando o pênis já está ereto.
Algumas dicas importantes:
- Nunca usar dois preservativos ao mesmo tempo, seja dois masculinos, ou um de cada, pois isso pode aumentar a chance de rompimento do mesmo.
- Se usar lubrificante, utilizar somente os que são a base de água, pois outras substâncias podem facilitar o desgaste e rompimento do látex, inclusive o óleo de coco.
- Para quem alergia ao látex, atualmente existem opções de diversos modelos sem esse material em sua composição.
- Ele é o único método capaz de te proteger contra a maioria das doenças sexualmente transmissíveis.
- Sua eficácia contra gestação é de 98% se usada de forma correta! Se utilizada de forma intuitiva, isso é, sem grandes orientações a eficácia cai para 85%.
Existem no mercado diversos tipos e tamanhos de preservativo, podendo ser com ou sem lubrificantes, sendo uma excelente escolha para quem deseja um método simples e reversível.
Métodos comportamentais de percepção da fertilidade e Tabelinha
Os métodos comportamentais e a tabelinha servem para perceber os dias férteis do ciclo, sendo mais utilizados para quem deseja engravidar e por isso opta por ter relação sexual programada nesses dias.
Mas também podem ser usados por quem quer evitar uma gestação não desejada, indicando o período que deve ser feita a abstinência sexual. Dessa forma, é mais eficaz quando associado a outros métodos, como por exemplo a camisinha!
Método Sintotérmico:
- É o controle diário da temperatura basal (medida ao acordar pela manhã, antes de sair da cama), sendo possível observar uma variação mínima no dia da ovulação (+/- 0,5 oC).
- Não é um método muito fidedigno se usado de forma isolada, pois além de ser difícil a percepção da variação de temperatura com precisão, outros fatores podem causar aumento da temperatura corporal.
Método Billings:
- É feito pela avaliação do aspecto do muco cervical, que no início do ciclo (após a menstruação) tem consistência pegajosa e leitosa e, ao se aproximar do período fértil, se torna mais elástico e fluido.
- Também é um método com muitas falhas, já que além da necessidade de autoconhecimento profundo para notar o padrão do muco vaginal, outros fatores também podem influenciar, como por exemplo corrimentos vaginais patológicos e a própria lubrificação.
Tabelinha:
- Este método demanda um conhecimento mais profundo sobre o ciclo menstrual da mulher, já que se baseia nele para identificar o período fértil.
- É necessário avaliar por alguns meses qual a duração média do seu ciclo sem o uso de contraceptivos hormonais (o mais comum são ciclos de 28-30 dias). Se possuir ciclos muito irregulares, isso é, com diferença de 10 dias ou mais entre eles, a tabelinha não será um bom método a ser seguido.
- Existem diversos aplicativos que te ajudam na tabelinha!
- Para entender melhor o seu ciclo e dicas de apps para te ajudar, leia este artigo que fiz sobre ciclo menstrual! https://draisabelacunha.com.br/ciclo-menstrual-menstruacao/
Passo a passo para determinar o seu período fértil?
- Anote o dia de início de cada ciclo menstrual, por pelo menos 6 meses, para saber a duração média dos seus ciclos. Se a diferença entre o seu ciclo maior e menor for de 10 dias ou mais a tabelinha não deve ser usada.
- O período fértil tem duração aproximada de 6 dias e é a fase do mês em que pode ocorrer a ovulação.
- Da quantidade média de dias do seu ciclo menstrual, você deve subtrair 14, chegando ao provável dia da ovulação. Os dias com mais probabilidade de engravidar (período fértil), são os três a cinco dias antes e os três a cinco dias depois dessa data estabelecida.
Ex: Se seu ciclo tem 30 dias, a ovulação deve ocorrer no 16o dia, sendo o período fértil entre os dias 11 e 21 do ciclo (se considerar uma margem de 5 dias da ovulação).
Adesivo anticoncepcional:
Também conhecido com patch, ele é um dos métodos mais práticos disponíveis. É fixado na pele por um material aderente, liberando hormônios (progesterona e estrogênio) continuamente que entram na corrente sanguínea. Ele é bastante resistente e é a prova d’água, porém se o adesivo cair, deve ser consultado o Folheto de Informações à Paciente, que vem na embalagem, para saber como agir de acordo com cada fase do tratamento.
Os locais de aplicação na pele são: nádegas, costas, parte inferior do abdome e parte superior do braço. Lembrando que cremes e óleos podem prejudicar a aderência à pele e sua eficácia
O adesivo deve ser substituído por um novo a cada 7 dias, durante 3 semanas (21 dias). Na quarta semana, deve ser feita uma pausa, quando a menstruação deve acontecer. Ao final da semana de pausa, reinicia-se o processo.
Anel Contraceptivo:
- É um método contraceptivo hormonal reversível, feito de silicone flexível em forma de círculo/anel com cerca de 5 cm. Ele é bastante confortável pois se adapta ao contorno da região, sendo fácil de colocar e retirar. – Apesar de não atrapalha na relação sexual, podendo ser usado no ato, se desejar a mulher pode optar por retirá-lo, contanto que não demore mais de 3 horas para reinseri-lo.
- Ele libera uma pequena quantidade de 2 hormônios sexuais femininos sintéticos (etinilestradiol e etonogestrel) ao longo de 3 semanas, inibindo a ovulação e a fecundação, evitando dessa forma uma possível gestação. Após as três semanas de seu uso, o anel é retirado e deve ser feito uma pausa de uma semana antes de colocar um novo. Nessa semana de pausa, surgirá a menstruação.
- Sua eficácia, se usado corretamente, é superior a 99%.
Pílula Anticoncepcional:
Elas são muito populares entre as mulheres de todo mundo e com muitas opções no mercado, podendo chegar a 99% de eficácia quando usada de forma correta.
Podem ser tomados de forma contínua ou com pausa entre as cartelas, conforme o tipo e a avaliação do seu médico.
Existem dois tipos de pílula anticoncepcional:
- Combinada: Ela possui dois tipos de hormônios (progestágeno e estrogênio)
- Minipílula: Possui apenas o progestágeno, que é muito parecido com a progesterona natural.
Sua principal ação é não deixar que ocorra a ovulação, impedindo o amadurecimento e saída do óvulo do ovário, evitando dessa forma a fecundação. Além disso, ela também dificulta a chegada do espermatozoide no colo do útero, devido a mudança que causa no muco cervical.
Somente deve ser usada se indicada pelo seu ginecologista, pois existem contraindicações a algumas pessoas.
Diferente do que muitos pensam, o contraceptivo não perde a eficácia após muito tempo de uso, não sendo necessária a troca se você estiver bem adaptada ao método.
Contraceptivo Subdérmico – ImplanonR:
O ImplanonR é um contraceptivo subdérmico de progesterona. Sua ação dura por até 3 anos, sendo fácil de inserir e de remover.
Sua eficácia é muito alta (superior a 99%), sendo maior que o dispositivo intrauterino (DIU) e o anticoncepcional oral. Ele libera porções de hormônio em quantidade inferior àquela presente na pílula.
Trata-se de um bastão pequenino que tem cerca de 2 mm de diâmetro por 4 cm de comprimento, sendo semelhante a um palito de fósforo.⠀
Ele é inserido na face interna do braço, liberando continuamente um hormônio derivado da progesterona – o etonogestrel – na corrente sanguínea. Sua colocação é muito simples, em consultório médico e praticamente indolor!
É uma excelente escolha para adolescentes, já que reduz a taxa de falha por esquecimento do uso, como no caso de contraceptivos orais ou camisinha.
DIU:
O dispositivo intrauterino, mais conhecido como DIU, é formado por uma pequena haste de plástico flexível, inserido dentro do útero e atuando como método contraceptivo.
Pode ser de cobre, cobre revestido com prata ou com hormônio progesterona. Sua duração depende do tipo e modelo escolhido e indicado pelo seu ginecologista.
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Entre as vantagens do DIU está o fato de ele ser um dispositivo de longa duração (de 5 a 10 anos), e com alta eficácia (taxa de falha de 0,8 a 0,2%, dependendo do tipo).
Sua colocação é simples e pode ser feita em consultório médico, porém algumas pessoas preferem a colocação sob sedação, feita em centro cirúrgico, devido ao possível desconforto gerado durante a sua aplicação.
Pode ser usado por quem nunca teve filhos, não sendo esta uma contraindicação.
Importante!!!
O acompanhamento regular com o ginecologista é essencial para a saúde da mulher, além de muito importante para a avaliação do melhor método contraceptivo para cada caso.
Cada método citado tem seus benefícios e contraindicações, e nem sempre o que é indicado para uma mulher é o melhor para outra.
Se informe e converse com sua ginecologista sobre o seu caso! Só assim você estará segura da sua escolha!